Tudo o que você precisa saber sobre o live-action da ‘Pequena Sereia’

Com uma princesa empoderada, o live-action mais aguardado do ano entrou em cartaz no Cinemark Colinas; saiba mais sobre as diferenças entre a animação de 1989 e o filme lançado neste ano

Toda vez que a Disney anuncia uma adaptação em live-action os fãs ficam ansiosos. Aconteceu com “Alice no País das Maravilhas”, “O Rei Leão”, “Cinderela”, "Aladdin" e tantos outros que já foram relançados neste formato. Mas não é possível dizer com unanimidade que a Disney tem acertado em todas essas produções, principalmente porque a história desses filmes já vem com uma informação: a memória afetiva.

O longa “A Pequena Sereia”, produção em live-action dos estúdios Disney mais aguardada do ano, entrou em cartaz na quinta-feira (25) e o projeto causou alvoroço desde que o anúncio da produção foi feito, quando a atriz Halle Bailey assumiu o icônico papel da princesa Ariel. A história, que foi contada em formato de desenho animado em 1989, mostra  uma sereia que sonha em viver uma história de amor com um humano e, para isso, assina um contrato muito perigoso com a bruxa do mar, Úrsula, interpretada no live-action pela atriz Melissa McCarthy.

O lançamento de 1989 caiu no gosto do público e Ariel é, ainda hoje, a princesa preferida de muitas meninas – de todas as idades – no mundo todo. O filme foi indicado a quatro Oscars, incluindo Melhor Canção Original e Melhor Trilha Sonora, levando a estatueta pela música “Under The Sea” ou, como seria chamada no Brasil, “Aqui no Mar”.

O fato é que esse conhecimento prévio e todo o sentimento envolvido na história deixa duas coisas muito claras: o filme terá números altos de bilheteria e muita gente vai reclamar do resultado. Portanto, algumas coisas já podem ser ditas para evitar uma decepção dos fãs que esperam há muitos anos pelo reencontro de Ariel com o príncipe Eric.

É importante reforçar que mais de 30 anos se passaram. O filme de 1989 dificilmente seria bem recebido se fosse lançado hoje. A Ariel de 1989 é uma jovem de 16 anos que desrespeita o pai e põe todo o reino das águas em perigo pelo capricho de querer viver um romance com um príncipe que ela nem conhece. O filme perpetua estereótipos de gênero e aponta a mulher como inferior ao homem. Em uma das cenas, inclusive, a vilã Úrsula canta “O homem abomina tagarelas, garota caladinha ele adora”. Esse roteiro, com certeza, precisou ser adaptado e, portanto, a história não será seguida ao pé da letra.

Para dar a volta por cima e garantir o legado, a Disney retoma a “Pequena Sereia” com uma Ariel muito mais empoderada e que, inclusive, vai deixar para trás a imagem de frágil e delicada da primeira protagonista, resolvendo parte do conflito sem a ajuda de seus fiéis escudeiros, o caranguejo Sebastião e o peixe Linguado. Na nova adaptação, também, teremos a chance de conhecer outros personagens, como a família do príncipe Eric.

Diferente do desenho de 1989, a vilã do novo filme, além de tomar a voz de Ariel, faz com que ela se esqueça que precisa de um beijo do príncipe para quebrar o contrato – e esta mudança gera muito mais participação dos personagens secundários nessa nova história, já que Sebastião e Linguado são os únicos a saber dos detalhes deste contrato.

Além de tudo isso, o filme também oferece novas canções, que podem causar um estranhamento inicial em quem já assistiu tantas vezes que só de lembrar já começa a cantar: “Papai é o rei desses mares e nomes bonitos papai nos deu”, para então falar os nomes das sete filhas do rei. 

Se o filme acerta ou erra nesta nova adaptação? Isso apenas o coração dos fãs vai poder dizer. Afinal, mexer com o emocional e com a memória afetiva das pessoas é perigoso. Por outro lado, a Disney é, sem dúvida, a empresa mais bem preparada para isso no mundo e o que se pode esperar de “A Pequena Sereia” é um cenário de perder o fôlego e um romance de emocionar.

A empresa também confirmou as adaptações em live-action dos filmes “Moana” e “Lilo & Stitch”, que já estão com elencos definidos.

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Por Ticiana Schvarcz

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