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Imagina que você é um jovem estrangeiro de baixa renda recém-formado, sem emprego, que volta para a casa dos pais e descobre que eles estão perdendo o lar onde você cresceu. Para piorar, o pai recentemente sofreu um infarto. Claro que a única forma de mudar o rumo dessa história é receber um artefato estranho que, ao escolher você como hospedeiro, lhe transforma em um super herói. A vida tem dessas surpresas, não tem? Pelo menos nos cinemas.
Essa é a base da história de Jaime Reyes, o herói latino da DC Comics que arrecadou cerca de 9,8 milhões de dólares em um dia de bilheteria dos EUA na sua estreia – realizada simultaneamente no Brasil e no Cinemark Colinas. Um número jogado assim pode parecer meio abstrato, mas facilita se dissermos que após um mês de reinado de Barbie, foi a história de Jaime que fez a boneca ficar para trás.
A história de “Besouro Azul” nos quadrinhos teve três heróis: Dan Garret, Ted Kord e Jaime Reyes. O filme que está nos cinemas hoje mistura quadrinhos clássicos do herói na época de Ted Kord com a nova versão dele, com Jaime como protagonista e hospedeiro do escaravelho.
A receita de bolo dos filmes de heróis já vem pronta: o jovem que vive um momento ruim, conhece a mocinha rica que confia a ele algo muito importante e que o transforma em um super-herói. Ele, então, precisa descobrir quem é de verdade e salvar a sua família de um mal que parece invencível até os minutos finais. E se a história é tão clichê, o que faz “Besouro Azul” cair no gosto do público? Talvez seja o clichê mesmo.
Representatividade latina
O filme é claramente uma tentativa de ganhar o coração dos latinos, principalmente os que moram nos Estados Unidos. A família de Jaime é um misto da série brasileira “A Grande Família” com a animação da Pixar “Viva: a vida é uma festa!”. As referências mexicanas são tão fortes que levantam dúvidas se não passam dos limites da comédia para o massante. O tempo todo somos lembrados que, se o Brasil tem carnaval e caipirinha, os mexicanos nos EUA tem “Chapolin Colorado” e “Maria do Bairro”.
Mas, por outro lado, quem não gosta de uma família unida a ponto de fazer o protagonista passar vergonha na frente de uma garota? As cenas em que vemos toda a família Reyes unida deixam o coração quentinho e nos lembram o quanto é bom ter para onde voltar quando a gente não lembra quem é. E o fio que liga toda trama é o apego familiar. Só que, como dizia a família do herói da editora vizinha, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
Brasil em Hollywood
“Besouro Azul” foi também a estreia da brasileira Bruna Marquezine em Hollywood. Ela, que dá vida a Jenny, par romântico de Jaime, tem sido um dos grandes motivos dos brasucas quererem ver o filme em tela grande. E é isso mesmo, vamos Brasil!
O problema é que a atriz foi proibida de divulgar o filme recentemente, já que atores, roteiristas e outros funcionários de Hollywood estão em greve desde 14 de julho. Nesse caso, se Bruna resolvesse seguir com a divulgação, ela poderia nunca mais ser aceita para atuar em nenhum outro filme nos Estados Unidos, já que a categoria é bem unida com relação a isso.
Por isso não vimos looks e premieres de “Besouro Azul” pelo mundo, como pudemos acompanhar com Barbie. E, também por isso, a boa bilheteria do primeiro fim de semana mostra que o filme tem força para ficar entre os grandes mesmo sem o apoio da divulgação, que sem dúvida faz muita diferença na campanha de um filme.
Enfim, o filme é bom?
“Besouro Azul” é um bom filme de herói. Ele alcançou 82% de aprovação no “Rotten Tomatoes”, o melhor índice de avaliação para a DC Studios desde 2021, quando "O Esquadrão Suicida" obteve uma impressionante taxa de 90% de aprovação. O filme tem a qualidade técnica que precisa e, ao mesmo tempo, não força o espectador a ver efeitos estroboscópicos o tempo todo, o que dá até um alívio. O estereótipo exagerado dos personagens não faz o filme perder importância e, pelo contrário, ajuda na identificação com aquelas pessoas. Afinal, quem não tem uma avó meio rebelde ou um tio meio extremista?
O filme é leve, é entretenimento puro e, apesar de ter indicação classificativa de 12 anos, é um bom filme de heróis para os mais jovens. Por fim, Bruna Marquezine é uma ótima aquisição da DC e faz os brasileiros deixarem o cinema esperando que haja uma continuação para podermos ver Jenny mostrando um pouco mais do que ela pode fazer
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